Medição sobre o Horto das Oliveiras – Parte II – (por St. Afonso de Ligório)

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

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Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.

CRISTO, tende piedade de nós

SENHOR, tende piedade de nós

  1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

 Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia.

Mãe Dolorosa, peço-Vos pelo Vosso sofrimento na morte de Vosso FILHO, que ofereçais ao PAI ETERNO, o precioso Sangue que jorrou das Chagas de Nosso Senhor JESUS CRISTO Crucificado, pelos pobres sacerdotes transviados, que se tornaram infíeis a sua sublime vocação, para que quanto antes voltem junto ao Bom Pastor. Amém.

  1. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.

O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.

Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.

Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.

Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!

Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua Paixão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.

 10 minutos de silêncio para oração pessoal…

PARTE II : MEDITAÇÃO:

A prisão de Jesus (por São Afonso de Ligorio)

1 Chegando Judas ao horto juntamente com os soldados, dirige-se para o mestre, abraça-o, beija-o. Jesus deixa-se beijar, mas, conhecendo seu pérfido desígnio, não pode deixar de se  queixar de sua pérfida traição, dizendo: Judas, é com um ósculo que entregas o Filho do homem?  (Lc 22,48). E logo os insolentes ministros, seus comparsas, atropelam Jesus, põem-lhe a mão e o prende como a um malfeitor:  Os ministros dos judeus prenderam a Jesus e o amarraram  (Jo 18,12). Céus, que vejo? Um Deus preso: por quem? Pelos homens, por vermes criados por ele mesmo. Que dizeis isso, ó anjos do paraíso?  Mas se os homens vos prendem JESUS, por que vos não desligais e vos livrais dos tormentos e da morte que estes vos preparam? Eu o compreendo, não são tanto essas cordas que vos ligam, é o amor que vos prende e vos obriga a padecer e morrer por nós. “Ó caridade, quão fortes são os teus vínculos que prendem o próprio Deus, diz S. Lourenço Justiniano (Lg. vit. c. 6). Ó amor divino, só vós pudestes prender um Deus e conduzi-lo à morte por amor dos homens.

Contempla, ó homem, como esses cães arrastam sua vítima, diz S. Boaventura, e como ele os segue sem resistência como um mansíssimo cordeiro. Um o agarra, outro o liga; um o empurra e o outro o fere (Med. vit. Chr. c. 75). Preso, é nosso doce Salvador conduzido primeiramente à casa de Anás, depois à de Caifás, onde Jesus, sendo interrogado por esse malvado a respeito de seus discípulos e de sua doutrina, responde que não havia falado em segredo mas publicamente e que os mesmos que ali estavam presentes sabiam perfeitamente o que havia ensinado (Jo 18,20). A tal resposta um daqueles ministros, tratando-o de temerário, deu-lhe uma forte bofetada. Aqui exclama S. Jerônimo: Ó anjos do céu, como podeis guardar silêncio? será que tão grande paciência vos tornou mudos?

Ah, meu Jesus, como é que uma resposta tão justa e tão modesta podia merecer uma afronta tão grande na presença de tanta gente? O indigno pontífice, em vez de repreender a insolência daquele atrevido, o louva. E vós, meu Senhor, sofreis tudo para pagar as afrontas que eu, miserável, tenho feito à divina Majestade com os meus pecados. Eu vos agradeço, ó meu Jesus! Eterno Pai, perdoai-me pelos merecimentos de Jesus.

Minuto de Silencio. Ave Maria…

2 Em seguida, o iníquo pontífice perguntou-lhe se ele era realmente o Filho de Deus: “Conjuro-vos pelo Deus vivo para que digais se sois o Cristo, Filho de Deus” (Mt 26,63). Jesus, por respeito ao sumo-sacerdote, afirmou ser isso a verdade e então Caifás rasgou as vestes, dizendo que ele havia blasfemado. Todos gritaram então que ele merecia a morte. Sim, com razão, ó meu Jesus, eles vos declararam réu de morte, pois quisestes vos encarregar de satis-fazer a Justiça Divina por mim, que merecia a morte eterna. Mas se com vossa morte me adquiristes a vida, é justo que eu empregue minha vida inteira e, se necessário for, a sacrifique por vós e vosso amor: socorrei-me com a vossa graça.

“Cuspiram-lhe então no rosto e deram-lhe bofetadas” (Mt 26,67). Depois de o julgarem digno de morte, como um homem já condenado ao suplício e declarado infame, aquela canalha pôs-se a maltratá-lo durante toda a noite com bofetadas, com golpes, com pontapés, arrancando-lhe a barba, cuspindo-lhe no rosto, caçoando dele como dum falso profeta, dizendo-lhe: “Adivinha, ó Cristo, quem te bateu?” Tudo já predissera nosso Redentor por Isaías: “Entreguei meu corpo aos que me feriam e minha face aos que a laceravam; não desviei o rosto dos que me injuriavam e me cobriam de escarros” (Is 50,6). Diz S. Jerônimo que só no dia do juízo final serão conhecidas todas as penas e injúrias que Jesus sofreu naquela noite. S. Agostinho, falando das ignomínias sofridas por Jesus Cristo, diz: Se este remédio não curar a nossa soberba, não sei o que há de curá-la.

 Ah, meu Jesus, vós tão humilde e eu tão soberbo! Senhor, dai-me luz, fazei-me conhecer quem sois vós e quem sou eu.

Minuto de Silencio. Ave Maria…

3 Então suspiram-lhe no rosto! Ó Deus, que maior afronta, que ser injuriado com escarros! O último dos ultrajes é receber escarros, diz Orígenes. Onde se costuma escarrar, senão em lugares sórdidos? E vós, meu Jesus, sofreis escarros no rosto. Esses iníquos vos o maltratam com bofetadas e pontapés, vos injuriam e cospem no vosso rosto, fazem convosco o que querem e não os ameaçais, nem os reprovais: “O qual, sendo amaldiçoado, não amaldiçoava, sendo maltratado, não ameaçava, mas entregava-se àquele que o julgava injustamente” (1Pd 2,23). Como um cordeiro inocente, humilde e manso, tudo suportastes sem nenhum lamento, oferecendo tudo ao vosso Pai para nos obter o perdão de nossos pecados: “Como um cordeiro diante do que o tosquia, emudecera e não abrira sua boa” (Is 53,7). Santa Gertrudes, meditando uma vez sobre as injúrias feitas a Jesus na sua paixão, pôs-se a louvá-lo e abençoá-lo; o Senhor com isso ficou tão satisfeito, que lhe agradeceu amorosamente.

Ah, meu Senhor ultrajado, sois o rei dos céus, o Filho do Altíssimo, não deveríeis ser maltratado, mas adorado e amado por todas as criaturas. Eu vos bendigo e dou-vos graças, amo-vos de todo o meu coração, arrependo-me de vos ter ofendido; ajudai-me e tende com-paixão de mim.

Tendo amanhecido, os judeus conduziram Jesus a Pilatos, para que fosse condenado à morte. Pilatos declara-o inocente: “Não encontro nenhuma culpa neste homem” (Lc 23,4). E para ver-se livro dos insultos dos judeus, que continuavam a exigir a morte do Salvador, o envia a Herodes. Muito se alegrou Herodes por ter Jesus em sua presença, esperando que, para livrar-se da morte, haveria de fazer diante dele algum dos muitos prodígios de que ouvira falar. Fez-lhe por isso muitas perguntas. Mas Jesus cala-se e não responde, porque aquele malvado não merecia resposta. Então esse rei soberbo o desprezou com toda a sua corte e, cobrindo-o com uma veste branca, para mostrar que o considerava um ignorante e insensato, o reenviou a Pilatos (Lc 23,11). O cardeal Hugo diz: Zombando dele como de um louco, vestiu-lhe uma túnica. E S. Boaventura: Desprezou-o como inepto, porque não fez milagres; como ignorante, porque não respondeu uma única palavra; como louco, porque se não defendeu.

Ó Sabedoria eterna, ó Verbo divino, só vos faltava essa ignomínia de ser tratado de louco, privado de senso. Tanto vos interessa a nossa salvação, que por nosso amor quereis não só ser vituperado, mas saciado de vitupérios, como já profetizara a vosso respeito Jeremias: “Apresentará a face a quem o esbofetear e ficará saciado de opróbrios” (Lm 3,30). E como podeis amar tanto os homens, dos quais só ingratidões e desprezos recebeis? Ai de mim, que sou um desses que vos ultrajou mais do que Herodes. Ah, meu Jesus, não me castigueis como a Herodes, privando-me da vossa voz. Herodes não vos reconhecia por quem sois, eu vos proclamo meu Deus; Herodes não vos amava, eu vos amo mais do que a mim mesmo. Por isso não me recuseis as vozes das inspirações como eu merecia pelas ofensas que vos fiz. Dizei o que quereis de mim, que eu, com a vossa graça, estou pronto a executá-lo.

Minuto de silêncio. Ave Maria…

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosíssimo Sangue

  Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por …. (intenção particular)

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.

Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”. 

Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”. 

Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.
Pleni sunt cæli et terra gloria tua.

Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,

Abençoai-nos, ó Virgem Maria!

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