Meditação do Getsemani por São Pio – Parte I

09.04.2010_423a9be31968598d676cf022175cd42c

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

 

Em Nome do PAI, FILHO e Espirito Santo. Amém

SENHOR, tende piedade de nós.

CRISTO, tende piedade de nós

SENHOR, tende piedade de nós

  1. Oferecimento de si em benefício dos Sacerdotes

Meus DEUS e PAI, em resposta à palavra de Vosso FILHO no Monte das Oliveiras: “Vigiai e orai Comigo”, pedimos a Vós: aceitai-nos como auxiliares especiais de Vossos sacerdotes, em nome dos quais, oferecemos a Vós cada quinta-feira como um sacrifício de amor.

Com desejo fervoroso, eu me ofereço-Vos, ó PAI, com completa confiança, juntamente com esta celebração da Passio Domini como um sacrifício de amor em favor de todos os sacerdotes. Tomai este sacrifício e transformai-o no “vinho” para o Cálice do Fortalecimento. Então, PAI, enviai Vosso Santo Anjo com esse Cálice para fortalecer os sacerdotes, especialmente os de minha paróquia. Amém.

 

  1. Oração preparatória para Meditação da Paixão:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.

Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.

O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!.

Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.

Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono.

Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!

Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da sua Paixão e do seu sofrimento!

Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajudai-me e dai-me a graça, o amor, a profunda compaixão e a compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito na tua prisão.

Ó misericordioso Senhor, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de meditar a Tua Dolorosa Paixão e aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos.

Dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com Eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor. Por fim estendo os meus braços para Te abraçar e apoio a minha cabeça no Teu Coração. Desta maneira pretendo meditar. Amém.

10 minutos de silêncio e oração pessoal…

SEGUNDA PARTE: Meditação

 Meditação da Agonia do SENHOR por Padre Pio – parte I:

1) No termo da sua vida terrestre, depois de nos ter inteiramente entregue no Sacramento do seu amor, o Senhor dirige-se ao Jardim das Oliveiras, conhecido dos discípulos, mas de Judas também.

Pelo caminho ensina-os e prepara-os para a sua Paixão iminente. Convida-os, por Seu amor, a sofrer calúnias, perseguições até à morte, para os transfigurar à semelhança dele, modelo divino.

No momento de começar a sua dolorosa Paixão , não é nele que pensa; mas pensa em ti.

Que abismos de amor não contém o seu Coração!.

A sua Santa Face é toda tristeza, toda ternura.

As suas palavras jorram da profundidade mais íntima do seu coração, e são todas palpitação de amor.

— Ó Jesus, o meu coração perturba-se quando penso no amor que vos obriga a correr ao encontro da vossa Paixão.

Ensinastes-nos que não há amor maior que dar a vida por aqueles a quem se ama.

Eis que estais prestes a selar estas palavras com o vosso exemplo.

No Jardim da Oliveiras, o Mestre afasta-se dos discípulos e só leva três testemunhas da sua Agonia: Pedro, Tiago e João.

Eles, que o viram transfigurado sobre o Tabor, terão força para reconhecer o Homem-Deus neste ser, esmagado pela angústia da morte?

Ao entrar no Jardim disse-lhes: “Ficai aqui! Velai e rezai para não cairdes em tentação.

Acautelai-vos, porque o inimigo não dorme. Armai-vos antecipadamente com as armas da oração para não serdes surpreendidos e arrastados para o pecado. É a hora das trevas”.

Tendo-os exortado, afastou-se à distância de uma pedrada e prostrou-se com a face em terra.

A sua alma está mergulhada num mar de amargura e extrema aflição.

É tarde. Na lividez da noite agitam-se sombras sinistras. A Lua parece injetada de sangue.

O vento agita as árvores e penetra até aos ossos. Toda a natureza como que estremece de secreto pavor!

Ó noite, como nunca houve outra semelhante. Eis o lugar onde Jesus vem orar.

Ele despoja a sua santa Humanidade da força à qual tem direito pela sua união com a Divina Pessoa, e mergulha-a num abismo de tristeza, de angústia, de abjeção.

O seu espírito parece submergir-se.

Via antecipadamente toda a sua Paixão. Vê Judas, seu apóstolo tão amado, que o vende por alguns dinheiros. Ei-lo a caminho de Getsêmani, para o trair e entregar! Todavia, ainda há pouco não o alimentou com a sua carne, não lhe deu a beber o seu sangue?  Prostrado diante dele, lavou-lhe os pés, apertou-os contra o coração, beijou-os com os seus lábios. Que não fez ele para o reter à beira do sacrilégio, ou pelo menos para o levar a arrepender-se! Não! Ei-lo que corre para a perdição.

Jesus chora.

Minuto de silencio para meditação…

2) JESUS se vê arrastado pelas ruas de Jerusalém onde ainda há alguns dias o aclamavam como Messias. Vê-se esbofeteado diante do sumo-sacerdote. Ouve os gritos: À morte! Ele, o autor da vida, é arrastado como um farrapo de um para outro tribunal. O povo, o seu povo tão amado, tão cumulado de bênçãos, vocifera contra Ele, insulta-o, reclama aos gritos a sua morte, e que morte, a morte sobre a cruz. Ouve as suas falsas acusações.

JESUS  se vê flagelado, coroado de espinhos, escarnecido, apupado como falso rei. Vê-se condenado à cruz, subindo ao Calvário, sucumbindo ao peso do madeiro, trêmulo, exausto. Ei-lo chegado ao Calvário, despojado das roupas, estendido sobre a cruz, impiedosamente trespassado pelos pregos, ofegante entre indizíveis torturas.

Meu Deus! Que longa agonia de três horas, até sucumbir no meio dos apupos da gentalha, ébria de cólera!.

Ei-lo com a garganta e as entranhas, devoradas por sede ardente. Para estancar essa sede, dão-lhe vinagre e fel.

Vê o Pai que o abandona, e a Mãe, aniquilada pela dor.

Para acabar, a morte ignominiosa no meio de dois ladrões.

Um reconhece-o, e pôde salvar-se; o outro blasfema e morre réprobo.

Vê Longuinhos, que se aproxima para lhe trespassar o coração. Ei-la, consumada, a extrema humilhação do corpo e da alma, que separam.

Tudo isto, cena após cena, passa diante dos seus olhos, apavora-o, acabrunha-o.

Desde o primeiro instante tudo avaliou, tudo aceitou.

Porque, pois, este terror extremo? É que expôs a sua santa humanidade como escudo, captando os ataques da Justiça, ultrajada pelo pecado.

Sente vivamente no espírito, mergulhado na maior solidão, tudo o que vai sofrer.

Para tal pecado, tal pena. Está aniquilado, porque se entregou, ele próprio, ao pavor, à fraqueza, à angústia.

Parece ter chegado ao auge da dor.

O Senhor está prostado, com a face em terra, diante da Majestade do Pai. Jaz no pó, irreconhecível, a santa Face do Homem-Deus, que goza da visão beatífica. Meu Jesus! Não sois Deus? Não sois o Senhor do Céu e da Terra, igual ao Pai? Para que haveis de abaixar-Vos até perder todo o aspecto humano?

Ah, sim… Compreendo! Quereis ensinar-me, a mim, orgulhoso, que para entender o Céu devo abismar-me até ao fundo da Terra. É para expiar a minha arrogância que Vos deixais afundar no mar da agonia. É para reconciliar o Céu com a Terra que vos abaixais até à terra como se quisésseis dar-lhe o beijo da paz…

Minuto de silencio para meditação…

3) Jesus ergue-se, volve para o céu um olhar suplicante, ergue os braços, reza. Cobre-Lhe o rosto mortal palidez! Implora o Pai que Se desviou d’Ele. Reza com confiança filial, mas sabe bem qual o lugar que Lhe foi marcado. Sabe-se vítima a favor de toda a raça humana, exposta à cólera de Deus ultrajado. Sabe que só Ele pode satisfazer a Justiça infinita e conciliar o Criador com a criatura. Quer, reclama que seja assim. A sua natureza, porém, está literalmente esmagada. Insurge-se contra tal sacrifício. Todavia, o Seu espírito está pronto à imolação e o duro combate continua. Jesus, como podemos pedir-Vos para sermos fortes, quando Vos vemos tão fraco e acabrunhado?

Sim, compreendo! Tomastes sobre Vós a nossa fraqueza. Para nos dardes a Vossa força, Vos tornastes a vítima expiatória. Quereis ensinar-nos como só em Vós devemos depositar confiança, até quando o céu nos parece de bronze.

Na sua Agonia, Jesus clama ao Pai: “Se é possível, afasta de mim este cálice”.

É o grito da natureza que, prostrada, recorre cheia de confiança ao Céu. Embora saiba que não será atendido, porque não deseja sê-lo, contudo ora.

Meu Jesus, por que pedis o que não podeis obter? Que mistério vertiginoso! A mágoa que vos dilacera vos faz mendigar a ajuda e conforto, mas o vosso amor por nós e o desejo de nos levar a Deus vos faz dizer: “Não se faça a minha vontade, mas a tua”.

O seu coração desolado tem sede de ser confortado, tem sede de consolação. Docemente, Ele levanta-se, dá alguns passos vacilantes; aproxima-se dos discípulos; eles, pelo menos, os amigos de confiança, hão de compreender e partilhar da sua mágoa.

Encontra-os mergulhados no sono. De súbito sente-se só, abandonado! “Simão dormes?” pergunta docemente a Pedro. Tu, que há pouco me dizias que querias seguir-me até à morte!.

Vira-se para os outros “Não podeis velar uma hora comigo?”.

Uma vez mais, esquece os sofrimentos, não pensa senão nos discípulos: “Velai e orai para não cairdes em tentação!”.

Parece dizer “Se me esquecestes tão depressa, a mim, que luto e sofro, pelo menos no vosso próprio interesse, velai e orai!”. Mas eles, tontos de sono, mal o ouvem.

Ó meu Jesus, quantas almas generosas, tocadas pelos vossos lamentos, vos fazem companhia no Jardim das Oliveiras, compartilhando da vossa amargura e da vossa angústia mortal.

Quantos corações têm respondido generosamente ao vosso apelo através dos séculos! Possam eles vos consolar e, comparticipando do vosso sofrimento, possam eles cooperar na obra da salvação!.

Possa eu próprio ser desse número e vos consolar um pouco, ó meu Jesus!

Minuto de silencio para meditação…

TERCEIRA PARTE: Oferecimento das gotas do Preciosissimo Sangue

 Neste momento cada pessoa pode oferecer em silêncio ou em voz alta a gotas do Precisissimo sangue por diversas intenções, especialmente pela Igreja e pelos sacerdotes. Pode-se rezar com as próprias palavras ou usar a oração abaixo para apresentar suas intenções:

Senhor e Salvador JESUS CRISTO, nesta hora de vossa dolorosa agonia no Horto das Oliveiras, suplicamos uma gota do Vosso Precisíssimo Sangue por …. (intenção particular)

 

Oração Final

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.

Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.

Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado”  e um “bendigo-Te”.

  Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus DEUS Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.

Benedictus, qui venit in nomine DOMINI.
Hosanna in excelsis.

Com o Vosso FILHO, ó Mãe Pia,

A abençoai-nos, ó Virgem Maria!

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